Águia perdeu-se na montanha mágica: Benfica derrotado em Barcelona

A derrota pela margem mínima na primeira mão deixava alguma esperança ao Benfica, que cedo desapareceu. Um bis de Raphinha e uma grande exibição de Lamine Yamal deram expressão à superioridade de um Barcelona que resolveu a eliminatória na primeira parte. Otamendi marcou no único remate encarnado da primeira parte

As notas dos jogadoresFlashscore

Barcelona e Camp Nou é uma associação quase automática. Não é inédito, mas continua a ser estranho escrever que os catalães receberam o Benfica no topo da Cidade Condal, em Montjuic. E os encarnados tinham de subir à montanha mágica e tentar o que nunca tinha sido feito: vencer em casa do conjunto blaugrana.

Bruno Lage fez regressar Florentino Luís ao onze, Dahl rendeu o castigado Álvaro Carreras. Uma equipa na máxima força – dentro das opções possíveis – para alimentar a esperança encarnada. Mas cedo se percebeu que era um sentimento inútil.

Este não é um palco de somenos para o Barcelona. Foi aqui que Ronaldo Nazário (1996) e Lionel Messi (2004) somaram os primeiros jogos oficiais com a camisola blaugrana, dois melhores do mundo. Em fase de reconstrução, o conjunto catalão procura referências do mesmo molde e encontrou em Lamine Yamal, que com 17 anos fez desta montanha o espaço para fazer magia.

Imprevisível, mas com a bola sempre colada ao pé, é um quebra-cabeça para os adversários e aos 11 minutos deixou Florentino no campo, cruzou para o segundo poste e assistiu Raphinha para o primeiro golo da partida.

A resposta foi quase imediata do Benfica, quando Otamendi (13’) apareceu ao segundo poste para cabecear o canto de Schjelderup para o fundo das redes. Um tónico na teoria, o canto de cisne na verdade, já que o Benfica não fez mais nenhum remate durante todo o primeiro tempo.

Entretanto, o Barcelona voltou a acelerar e sempre pelo mesmo: Lamine Yamal. O golaço que marcou os 27’, quando ultrapassou Tomás Araújo e teve uma fineza que assiste só aos predestinados, foi o sétimo remate do Barcelona até então. Lamine participou em todos eles (desferiu sete disparos, fez o último passe para outros dois).

Mas a figura do jogo era mesmo Raphinha. Antigo jogador do Sporting, o brasileiro mostra uma apetência voraz para marcar ao Benfica. Concluiu o contra-ataque de Baldé aos 43 minutos e após uma longa revisão do VAR pôde festejar o quinto golo contra as águias esta época – igualou Messi como os únicos jogadores do Barcelona a fazerem cinco tentos à mesma equipa numa só temporada da Champions.

Os números ao intervaloOpta by Stats Perform

O regresso para a segunda parte confirmou uma sensação que tinha ficado do primeiro tempo. A eliminatória estava resolvida. O Barcelona dominou a posse de bola, criou perigo quando acelerou, mas limitou-se a gerir, já a pensar no Atlético Madrid e nas contas do título, porque o bilhete para os quartos de final estava garantido. Até Frenkie De Jong (65’) falhou o golo de forma displicente.

Os remates do BarcelonaLluis Gene/AFP

O Benfica tentou esboçar reações dentro da impotência de quem pareceu completamente perdido nesta montanha mágica. O segundo remate das águias surgiu só aos 66’ e não assustou Szczesny, enquanto Amdouni ainda criou algum frisson num cabeceamento, mas Koundé resolveu bem.

Acabou assim o sonho europeu do Benfica.

Homem do jogo Flashscore: Raphinha (Barcelona)

Os números da partidaOpta by Stats Perform

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